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Dançarinos no baile do Zouk Lovers | Crédito: Léo Silva

Para dançar Zouk não precisa dançar Ballet

Tempo de leitura: 2 minutos

Escrito por: Mileni Francisco | novembro de 2023

O Zouk Brasileiro possui fortes características de danças solo como Ballet, Jazz e Dança Contemporânea, por isso há valorização da postura, de movimentos mais alongados e da técnica, prezando por uma dança mais “limpa” – em que todas as movimentações são perfeitamente executadas. Kelly Palhares 37, (MG), educadora do movimento, crê que toda experiência pessoal, seja física ou não, cria um histórico corporal que fica armazenado e pode ser explorado em qualquer dança. Há vários tipos de corpos diferentes, em culturas variadas pelo país, e em diferentes países, que também vão gerar diversas bagagens corporais e criar jeitos únicos de dançar. 

Apesar de que cada pessoa possui uma forma singular de dançar, a comparação pode criar parâmetros inalcançáveis e a cobrança por não estar “dentro do padrão”. Paloma Alves 36, (SP), uma das maiores referências mundiais de Zouk Brasileiro, revela que teve uma fase em sua vida em que se cobrou muito por não ter iniciado em danças solos. Mariana Villar 22, (PE), professora de Zouk e Lambada, que iniciou sua trajetória em danças populares, compartilhava o mesmo sentimento. “Me sentia muito cobrada, por não ter uma flexibilidade de coluna muito grande ou pela minha mão estar em uma posição belíssima. Então minha dança se tornava meio suja para outras pessoas por eu não ter esse corporal. São “n” pressões”, reconhece a pernambucana. 

Apesar de não ser obrigatório praticar danças solos, toda experiência ou estudo individual pode contribuir para o desenvolvimento do dançarino. “O que agrega muito na dança a dois é você ter a consciência total de como você dança sozinho para conseguir dançar com alguém”, reforça Kelly. Muitas vezes, as pessoas que passaram pelo balé ou por outras danças solos construíram aquele corpo e treinaram durante anos para adquirir o equilíbrio e manter o tônus muscular. Por isso é importante não comparar trajetórias corporais e valorizar a evolução pessoal, ainda que não tenha aprendido as técnicas anteriormente.

“Você não precisa ser bailarina para dançar Zouk. Se você tiver, lindo. Não tiver, também é lindo”, assegura Paloma Alves.